Uma das principais razões para que pessoas deixem de ir ao dentista, ainda é ansiedade e medo do ambiente onde vai passar pelos procedimentos bucais.
Uma pesquisa realizada no início de 2022 revela que 15% da população brasileira tem medo de ir ao dentista (ou Odontofobia, como é conhecido), impedindo que muitas pessoas tomem cuidados necessários para a saúde dental.
Vamos começar diferenciando o que é a "Ansiedade de ir ao Dentista" da "Odontofobia".
Odontofobia: Completamente diferente do que a ansiedade, a fobia é uma condição clínica muito mais severa do que a ansiedade. Deve ser acompanhada psicologicamente para tratar continuamente o medo, pois sem o devido cuidado, pode levar a pessoa a episódios de terror e pânico.
Ansiedade: Desconforto relacionado ao ambiente odontológico. Um transtorno que apresenta uma preocupação em excesso e um medo que atrapalha o julgamento. Também é recomendável ser tratado com profissional da psicologia, mas que normalmente é mais fácil de ser controlado.
Diante dos dois cenários apresentados, uma coisa é certa: manter o paciente confortável é função do profissional da saúde e seu estabelecimento.
A experiência de ir ao dentista pode ser muito intimidadora. Os pacientes sabem que poderão ter que lidar com dor, muitos têm vergonha de ter sua boca minuciosamente analisada, a impessoalidade pode assustar… fora que muitos podem ter motivos completamente pessoais para seus receios.
Portanto, ao identificar um paciente com dificuldades como essas, existem meios de tornar a visita deles mais positiva.
Técnicas de relaxamento, realizar uma anamnese específica e manter registro das visitas para sempre estar ciente dos receios dos pacientes nas próximas consultas, ter uma estrutura que fuja dos tons frios hospitalares e até a forma que são atendidos são diferenciais cruciais para uma experiência tranquila, a empatia de toda a equipe é crucial para uma consulta satisfatória.
E em caso de crianças?
Embora seja altamente contraindicado, muitos pais e responsáveis acabam usando a experiência de ir ao dentista como forma punitiva, bem como as vacinas. Crianças já estão predispostas a terem medo de ambientes dos quais elas não estão habituadas e essa sensação de punição só aumenta as chances de ter uma experiência traumática, por isso é muito importante orientar pais e responsáveis para que não seja esse o incentivo usado de forma educacional.
Crianças também respondem ao ambiente, ao momento de espera de acordo com sua ansiedade ou medo. É muito comum o uso de música, TV com programas mais descontraídos, e até games simuladores para ajudar na descontração e conscientização dos seus pacientes mais jovens.
Hoje as ferramentas são diversas para que um consultório ou clínica odontológica não seja uma ameaça ou aquela coisa que tudo o que buscamos é um motivo para adiar e procrastinar ir ao dentista.
Uma coisa muito importante também é manter os pacientes sempre muito bem informados. Em muitos casos os medos se manifestam por desconhecimento dos processos, uma simples limpeza pode ser algo aterrorizante para alguém que simplesmente não sabe como se faz. Informando e deixando claro como são os procedimentos antes e durante o processo de fazê-los, você pode vir a esclarecer uma coisa que, na maioria das vezes, parecia um monstro no imaginário de quem não está acostumado com cuidados bucais.
Não entenda esse tempo em que você explica como são feitos os procedimentos como desperdício, isso nada mais é do que um tempo que você investe na satisfação de quem pode se sentir confortável a ponto de sempre querer se tratar em seu consultório.
Um bom ambiente não é para solucionar apenas os atendimentos de quem possui ansiedade ou odontofobia, pacientes são também consumidores que buscam satisfação no serviço prestado, atendimentos médicos não costumam sair dessa régua de avaliação.
Vale lembrar aquela famosa frase: não temos uma segunda chance de criar uma primeira boa impressão.
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